Dia 1
Chegou a hora! Fui pra Fernando de Noronha há 17 anos atrás e foi uma viagem fantástica. O avião sai de Recife e, em 50 minutos, está sobrevoando as águas azuis do arquipélago. Noronha é assim, vc nem pousa e já está aproveitando. Desci do avião no pequeno aeroporto e já dei de cara com o Morro do Pico, ponto mais alto do arquipélago e visível de quase qualquer lugar. Fui pra pousada do Romildo, a mais barata que consegui. Os preços de hospedagem na ilha são altos, inclusive com pousadas de luxo e não há campings ou albergues. Bom, eu não queria saber de pousada e mesmo sendo quase 5 da tarde, larguei minhas malas e desci pra praia. A pousada fica perto da Vila dos Remédios, centro comercial da ilha e perto da Praia do Cachorro. Desci a trilha e já dei de cara com aquela água verde transparente. Muita coisa mudou em 17 anos mas a água está maravilhosamente idêntica!
Caminhei pela praia ainda sem acreditar que estava de volta. É estranho como levo algum tempo pra me acostumar com lugares diferentes. Atravessei o Cachorro até a Praia do Meio, de onde já dava pra ver o sol se pondo. Essa vista já me vez entrar no clima da ilha:
Aqui o tempo passa diferente, já esqueci da hora e entrei no fuso de Noronha. Nada mais me preocupa a não ser que praia eu vou visitar no dia seguinte.
Dia 2
Agora sim, é hora de ir pras praias mais lindas da ilha. E são várias!!! Comecei de leve, pelo porto. Sim, até a água do porto é limpa. Andei pela praia e pelas rochas pra entrar pela primeira vez naquela água transparente. Muitos peixes nadando em volta, sem estresse:
Hora de ir pro Buraco da Raquel, Air France e ilhas secundárias. Toda essa área é protegida por ser ponto de reprodução e desova de muitos animais e é proibido entrar na água. Sem problemas, a vista compensa:
Nos dias de água mais clara, é fácil ver tubarões nadando nessas águas. Dessa vez não tive essa sorte, mas achei uma casinha simpática que to pensando em comprar...rs...
Almocei na Regina, simpática dona de uma barraca na praia. Comi um peixe de joelhos!!! Por sinal, é óbvio que em Noronha, eu comi peixe até no café da manhã. Já alimentado, peguei o ônibus circular (não tinha da outra vez que vim) pra ir até o Sueste. Essa praia é muito boa pra mergulho e é fácil ver raias, tartarugas e tubarões. O mergulho é controlado e é preciso acompanhamento de um fiscal do ICMBio, órgão ligado ao IBAMA. Por sinal, se vc vai a Noronha, vá se acostumando com restrições. O Arquipélago é um Parque Nacional Marinho e, pra própria proteção do ambiente, existem regras e horários de visitação. Depois de um mergulho, sentei nas pedras só pra olhar. Não dá pra cansar dessa vista:
Depois de acompanhar os Atobás (aves marinhas) pescando, decidi que ia fotografar um mergulho deles e passei meia tarde nessa missão até conseguir um resultado aceitável:
Ao lado do Sueste, fica a linda praia do Leão, local de desova de tartarugas. Consegui uma carona muito bem vinda, já que o caminho é um pouco longo. Cheguei lá mais no final da tarde e a praia estava deserta. A faixa de areia deve ter mais de 500m e lá eu percebi de vez que eu estava em Fernando de Noronha em período sabático. Ninguém até onde a vista alcança, uma água azul e aves marinhas como únicas testemunhas. Entendi o que os sábios dizem sobre felicidade e viver o presente. Dane-se a minha conta corrente esvaziando e as contas pra pagar. Aquele foi um raro momento de felicidade verdadeira, coisa que todos teremos pouquíssimas vezes na vida...
Dia longo e, depois do jantar, hora de ir ao Tamar ver a palestra da noite. Toda noite tem uma palestra sobre a ilha, sua fauna, flora e ecologia além da exposição do projeto. Ótimo programa pra noite! Foi na palestra que descobri a Tartarugada. Calma, o Ibama não está oferecendo churrasco de tartaruga. Na Tartarugada, vc pode passar a noite na Praia do Leão com um biólogo fazendo rondas pra ver se alguma tartaruga veio até a praia pra desovar. Reservei minha vaga pra daqui a dois dias.
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